COMO ME VINGO DA ONIPRESENÇA DO LEITOR

... vingo-me da onipresença do leitor
(sim, leitor, seu paulo coelho de uma figa,
leia-se, seu pulha, seu geralmente pulha,
você, sua sombra hipnotizada,
está irremediavelmente presente
em tudo que escorre esferograficamente
dos meus dedos, destes dedos ressentidos
porque foram desprezados pelos ânus apertados,
mas profundos, dos orgulhosos pianos de cauda
apenas porque os mesmos não são suficientemente
longilíneos, pelo menos não o bastante
para os satisfazerem analmente
em termos de comprimento)...

Porém, como estava dizendo: Vingo-me, leitor
da sua onipresença, fazendo de conta que sua cabeça
é uma vagina rasa e bastante estreita, e os meus escritos
são rústicos cacetes propriamente ditos, e cacetes longos,
grossos, duros e com farpas, farpas à guisa flageladora
de asas, por meio dos quais, impiedoso e despertador, o estupro
sem preliminares, sem cuspe e sem o lubrificado
escorrego das meninas, ou seja, a seco ou sem vaselina...


José Lindomar Cabral

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