COMO SE EU FOSSE (QUE DEUS ME LIVRE E GUARDE) DIADORIM, E A CANETA O SEMPRE DURO, IRRESISTÍVEL E ERUPTIVO PAU DO JAGUNÇO RIOBALDO
...escrevi, faz tempo, um poema intitulado
“POETA QUE SENTA-SE PARA ESCREVER”...
E como eu, leitor, vivo continuamente
desconfiado da quantidade e qualidade
de sua inteligência que, imagino, seja pouca,
curta, grossa de casca, implantada e/ou artificial,
resolvi , por isto, ejacular estes versos explicativos
dizendo que o que eu quis dizer ao confessar
que sento-me para escrever, foi que, mesmo
desprovido de um tema e privado temporariamente
daquela emoção parturiente e propulsora
que, uma vez desencadeada, faz com que o transmorfo
e bovino tempo, por exemplo, se transforme
metaforicamente numa vaca
para que eu, emocionado, vulgo inspirado,
o ordenhe esferograficamente... Pois bem,
mesmo e ainda assim, eu sento-me, me sentindo
provisoriamente abandonado pela inspiração e, transpirado,
apenas friamente transpirado,
escrevo... escrevo... escrevo... como se eu fosse, ai de mim,
(que Deus me livre e guarde), Diadorim, e a caneta
o sempre duro, irresistível e eruptivo pau do jagunço Riobaldo...
José Lindomar Cabral
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